sábado, 2 de novembro de 2013

Síndrome Do Ovário Poliquístico

  Em cada ciclo sexual normal, um folículo amadurece e expele um oócito II que de irá romper a parede do ovário e prosseguir pelas trompas de Falópio em direcção ao útero. Uma mulher que não seja capaz de completar esse amadurecimento do folículo vai acumulando folículos atrofiados (quistos ováricos) no ovário que não foram capazes de gerar ovulação tendo como consequência o aumento da espessura da camada externa dos ovários.

Na maioria dos casos, os quistos são inofensivos para a saúde da mulher, contudo, são a causa da não ovulação. Sem a ocorrência da ovulação, o ciclo sexual não se completa podendo provocar falta de menstruação, consequentemente, hiperplasia endometrial (excesso de endométrio) e complicações metabólicas.

Tudo isto é devido a um desequilíbrio entre a hormona LH e FSH, concluindo-se que a situação tem origem numa disfunção do complexo hipotálamo-hipófise. A hormona GnRH tem impacto directo nas foliculoestimulinas secretadas pela hipófise. Por sua vez, a função dos ovários é regulada pela acção combinada de LH nas células da teca e no corpo lúteo e de FSH nas células da granulosa sendo que são ambas fundamentais ao amadurecimento dos folículos ováricos.Porém, as suas concentrações necessárias são muito restritas uma vez que o seu excesso ou carência impossibilitam o amadurecimento correcto devido a mecanismos de feedback.

Na doença dos ovários poliquísticos, há uma estimulação excessiva dos ovários pela LH e um défice de FSH. A discrepância da concentração de LH em relação à de FSH é a causa dos folículos atrofiados e está relacionada com a maior produção de GnRH no hipotálamo.

Sintomas: 

Em resultado das anomalias descritas resulta muitas vezes hiperinsulinemia que tem como uma das causas mais prováveis o aumento excessivo da libertação de androgénios para o sangue causando hiperandrogenismo e aumento de peso. Este distúrbio consiste num desequilíbrio entre hormonas femininas e masculinas fazendo com que se manifestem sintomas como um aparecimento mais acentuado de pêlos, acne e excesso de peso. Isto acontece maioritariamente porque as células da teca dos ovários poliquísticos produzem testosterona em excesso em resposta à estimulação da produção de LH.

Tratamento:

O diagnóstico faz-se a partir de uma ecografia ou pela medição da quantidade de hormonas dos androgénios (hormonas masculinas que favorecem o desenvolvimento dos orgãos genitais externos) na mulher, pois uma quantidade elevada torna-se desfavorável. 

As mulheres, principalmente adolescentes, que sofram deste síndrome devem efectuar medicação de imediato para não sofrerem de insuficiência prematura do ovário. 
  
Na idade em que a mulher deseja engravidar, e se tal não ocorrer espontaneamente após a paragem da medicação, a mulher deve efectuar laparoscopia (procedimento cirúrgico, que consiste na utilização de um instrumento que permite realizar diagnósticos e visualizar os órgãos internos) para remover os quistos. 
  
Em casos mais ligeiros, basta uma medicação com análogos de factores de libertação hipotalâmicos (GnRH).

Ovário normal e ováriopoliquístico






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