Em cada
ciclo sexual normal, um folículo amadurece e expele um oócito II que de irá
romper a parede do ovário e prosseguir pelas trompas de Falópio em direcção ao
útero. Uma mulher que não seja capaz de completar esse amadurecimento do
folículo vai acumulando folículos atrofiados (quistos ováricos) no ovário que
não foram capazes de gerar ovulação tendo como consequência o aumento da
espessura da camada externa dos ovários.
Na
maioria dos casos, os quistos são inofensivos para a saúde da mulher, contudo,
são a causa da não ovulação. Sem a ocorrência da ovulação, o ciclo sexual não
se completa podendo provocar falta de menstruação, consequentemente,
hiperplasia endometrial (excesso de endométrio) e complicações metabólicas.
Tudo
isto é devido a um desequilíbrio entre a hormona LH e FSH, concluindo-se que a
situação tem origem numa disfunção do complexo hipotálamo-hipófise. A hormona
GnRH tem impacto directo nas foliculoestimulinas secretadas pela hipófise. Por
sua vez, a função dos ovários é regulada pela acção combinada de LH nas células
da teca e no corpo lúteo e de FSH nas células da granulosa sendo que são ambas
fundamentais ao amadurecimento dos folículos ováricos.Porém, as suas
concentrações necessárias são muito restritas uma vez que o seu excesso ou
carência impossibilitam o amadurecimento correcto devido a mecanismos de
feedback.
Na
doença dos ovários poliquísticos, há uma estimulação excessiva dos ovários pela
LH e um défice de FSH. A discrepância da concentração de LH em relação à de FSH
é a causa dos folículos atrofiados e está relacionada com a maior produção de
GnRH no hipotálamo.
Sintomas:
Em
resultado das anomalias descritas resulta muitas vezes hiperinsulinemia que tem
como uma das causas mais prováveis o aumento excessivo da libertação
de androgénios para o sangue causando hiperandrogenismo e aumento de peso. Este
distúrbio consiste num desequilíbrio entre hormonas femininas e masculinas
fazendo com que se manifestem sintomas como um aparecimento mais acentuado de
pêlos, acne e excesso de peso. Isto acontece maioritariamente
porque as células da teca dos ovários poliquísticos produzem testosterona em
excesso em resposta à estimulação da produção de LH.
Tratamento:
O diagnóstico faz-se a partir de uma ecografia ou pela medição da quantidade de hormonas dos androgénios (hormonas masculinas que favorecem o desenvolvimento dos orgãos genitais externos) na mulher, pois uma quantidade elevada torna-se desfavorável.
As mulheres, principalmente adolescentes, que sofram deste síndrome devem efectuar medicação de imediato para não sofrerem de insuficiência prematura do ovário.
Na idade em que a mulher deseja engravidar, e se tal
não ocorrer espontaneamente após a paragem da medicação, a mulher deve efectuar
laparoscopia (procedimento cirúrgico, que consiste na utilização de
um instrumento que permite realizar diagnósticos e visualizar os
órgãos internos) para remover os quistos.
Em casos mais ligeiros, basta uma medicação com
análogos de factores de libertação hipotalâmicos (GnRH).
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